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PR reduz miséria em quase 70% | |
Quarta-feira, 14 de julho de 2010 | |
Para especialistas, fim da inflação foi fator decisivo na diminuição no número de pobres entre 1995 e 2008. Segundo Ipea, estado pode erradicar pobreza extrema em dois anos O órgão ainda estima que, se o Paraná mantiver as taxas de redução apresentadas entre 2003 e 2008, seria o primeiro estado brasileiro a erradicar a miséria (chamada no estudo de “pobreza extrema”, em que cada pessoa vive com no máximo um quarto de salário mínimo por mês) em 2012, ao lado de Santa Catarina; e, no ano seguinte, também seria o primeiro estado a vencer a “pobreza absoluta” – em que o indivíduo vive com até meio salário mínimo por mês. Para o professor Gilmar Mendes Lourenço, coordenador do curso de Economia da FAE, é realista pensar em um Paraná sem pobres em um futuro próximo. “As estatísticas do Ipea consideram um bom intervalo e são bastante confiáveis. Ao longo destes anos o país consolidou diversos avanços estruturais”, afirma. A única restrição de Lourenço aos dados é o fato de a pesquisa ter analisado os números até 2008. “Não se levantou o impacto da crise econômica; apesar de, na minha opinião, ela ser incapaz de mudar a tendência, pode ter havido algum recuo nesses índices”, acrescenta. Embora o estudo do Ipea não descreva a influência da estabilidade econômica no combate à pobreza, Lourenço diz creditar 80% do sucesso brasileiro ao fim da inflação. “A recuperação do poder aquisitivo da população e da oferta de crédito é fundamental nesse processo”, afirma o professor, que ainda destaca as políticas de aumento real do salário mínimo nos governos FHC e Lula, a recuperação da economia com o crescimento do emprego formal – especialmente na faixa de até 2,5 salários mínimos – e os programas de transferência de renda. “No Paraná temos exemplos bem-sucedidos: os subsídios nas tarifas de luz e água, e o programa Leite das Crianças”, diz. Assistencialismo Dalla Justina vê um paradoxo no estudo do Ipea: a pesquisa afirma que a redução da pobreza foi mais intensa durante o governo Lula, e na conclusão valoriza o papel do Estado no combate à pobreza; no entanto, as regiões que tiveram mais sucesso na diminuição do número de pobres e miseráveis são as menos dependentes do assistencialismo estatal. “Os melhores resultados são os de governos menos intervencionistas. Não adianta haver Bolsa Família se a economia for fraca estruturalmente”, descreve. Lourenço também discorda da conclusão do estudo. “Programas sociais podem acelerar o processo, mas o que determina a redução ou o fim da pobreza é um modelo de desenvolvimento que promova o crescimento da economia”, afirma o professor da FAE. Para Dalla Justina, o Estado pode ter um papel mais eficaz no combate à pobreza incentivando fortemente a educação. “É preciso criar uma mentalidade meritocrática, na qual a renda se baseia no mérito, e o mérito se baseia em ir e estudar o máximo possível. Os programas que combatem a miséria são importantes, mas tirar de quem se esforça muito para dar a quem se esforça menos não é uma estratégia feliz no longo prazo”, acrescenta. |
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Fonte: Gazetado Povo |
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