O Paraná foi o Estado que mais ganhou participação na indústria brasileira de transformação nos últimos anos. Em 2010, o Estado respondia por 6,8% do Produto Interno Bruto (PIB) do setor. Em 2013, esse índice estava em 8,4%, de acordo com dados das Contas Regionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados indicam que o Paraná tem o quarto maior PIB da indústria de transformação do País, atrás apenas de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
"Credito este avanço ao fato de que, desta vez, o ciclo de industrialização paranaense foi mais sólido e, sobretudo, teve um caráter de interiorização e de descentralização econômica, projetando dinamismo e desenvolvimento a todas as regiões do Estado", afirmou o governador Beto Richa.
A presença da indústria paranaense foi ampliada em um período em que outras grandes economias brasileira registraram redução na participação. Entre 2010 e 2013, São Paulo, maior economia do país, viu encolher sua presença no PIB industrial de 41,7% para 38,6%; Rio de Janeiro de 6,4% para 6%; Minas Gerais de 10,6% para 10,3%.
Os demais Estados do Sul também cresceram no período, mas o Paraná ficou acima da média. O Rio Grande do Sul registrou aumento de 8,3% para 9% e Santa Catarina de 5,9% para 7,1%.
Em termos nominais, o Paraná teve o maior crescimento entre os Estados do Sul e do Sudeste. Entre 2010 e 2013, o PIB da indústria paranaense de transformação cresceu 39% - para cerca de R$ 47 bilhões. Na mesma base de comparação, a indústria brasileira avançou 13%, para 558,7 bilhões. O cálculo não inclui a indústria extrativa e nem os serviços industriais, como de água, luz e saneamento.
ADENSAMENTO - Uma combinação de fatores ajuda a explicar o crescimento acima da média do Paraná, de acordo com Julio Takeshi Suzuki Junior, diretor presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes). “O Paraná viveu um adensamento industrial nos últimos quatro anos que fortaleceu a indústria de transformação no Estado. O governo estadual estimulou o investimento por meio do programa de incentivos Paraná Competitivo”, diz Suzuki Junior.
Em 2013 também havia condições macroeconômicas mais favoráveis. Os preços elevados das commodities agrícolas favoreceram a indústria paranaense de alimentos, a de maior peso na estrutura produtiva do Paraná. “O Estado produziu itens de maior valor, o que ajuda a explicar o crescimento das receitas do setor”, afirma o presidente do Ipardes. Além de alimentos e do setor automotivo, a indústria de máquinas registrou um bom desempenho.
Suzuki Junior explica que esses setores ajudaram a compensar o resultado da indústria petroquímica, afetada, na época, pela política de controle de preços dos combustíveis. “A política de segurar os preços dos combustíveis adotada pela Petrobras prejudicou Estados que têm grande dependência desse setor, como é o caso do Rio de Janeiro e a Bahia. Estados com a indústria mais diversificada, como Paraná e Santa Catarina, ganharam espaço”, diz.
O Paraná foi responsável por puxar o crescimento da região Sul da indústria brasileira. Em 2010, os três Estados respondiam, juntos, por 21,2%. Em 2013, ficaram com 24,5% do bolo da indústria de transformação do país.