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ÚLTIMAS NOTÍCIAS / Infecções são o temor nas UTIs
Ocorrência é maior em hospitais universitários. As mais frequentes são as urinárias, as causadas por feridas cirúrgicas e as pneumonias
Segunda-feira, 08 de março de 2010
 
 

As infecções são uma das principais causas de mortalidade de pacientes graves internados nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). De acordo com estudo do médico infectologista Cid Marcos Nascimento David, professor da Faculdade de Medicina da Univer­sidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), cerca de 5% dos pacientes hospitalizados nos Estados Unidos adquirem infecções após as primeiras 48 horas de internação. As infecções são mais comuns em hospitais universitários e as mais frequentes são as urinárias, as causadas por feridas cirúrgicas e as pneumonias. No Brasil, as pneumonias ocorrem entre 7 e 46 casos a cada mil internações.

Todo paciente grave está predisposto a desenvolver uma infecção, já que está com a imunidade comprometida devido ao seu estado, explica o coordenador da UTI da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba, o médico intensivista André Coelho. “Em muitos casos, o paciente já chega ao hospital com alguma infecção, ou então, por causa da doença ou do ferimento, se infecta pelos seus próprios germes e não por aqueles contraídos no ambiente hospitalar”, diz. A unidade da Santa Casa foi a que registrou o menor índice de mortalidade no primeiro semestre de 2009 entre as UTIs de atendimento misto do país (Sistema Único de Saúde e convênios).

A hora da visita é um momento importante para a família, mas principalmente para o paciente. O contato com os entes queridos é fundamental para a recuperação. Entretanto, os visitantes precisam estar atentos às regras estabelecidas pela instituição e pela Vigilân­cia Sanitária para prevenir o risco de infecção.

Segundo a diretora da UTI do Hospital Nossa Senhora das Gra­ças, Nazah Cherif Youssef, membro da diretoria da Sociedade de Terapia Intensiva do Paraná (Sotipa), a única exigência padrão estabelecida para todas as UTIs do país é a lavagem das mãos com água e sabão e a higienização com álcool em gel a 70%. “As demais exigências são definidas pelo próprio hospital, assim como o horário, a duração e o número de pessoas permitidas a entrar durante a visita”, explica.

As recomendações

A unidade do Hospital das Nações, por exemplo, estabelece duas visitas diárias de 30 minutos. É permitido que duas pessoas entrem, não havendo possibilidade de rodízio. As mãos devem ser higienizadas e os celulares desligados. O manual de orientação do hospital também recomenda que os visitantes controlem a emoção e evitem assuntos desagradáveis na presença do paciente.

“O fundamental para evitar infecções é que a pessoa esteja de roupas e sapatos limpos – sem poeira ou lama, por exemplo – e que as mãos sejam muito bem higienizadas. Há mais de sete anos que a vigilância não exige mais o uso de toucas, sapatilhas, máscaras e aventais, a não ser em casos especiais, como quando o paciente está em isolamento. Mas, cada hospital pode estabelecer outros cuidados, conforme a sua realidade”, lembra Nazah.

No caso do Hospital Vita, além da lavagem das mãos, pede-se a retirada de anéis, relógios e pulseiras. Já na Santa Casa, o uso de aventais é obrigatório. Recomenda-se que o telefone celular não seja usado, mas não é preciso desligá-lo. A instituição também estabeleceu apenas uma visita de meia hora por dia. “Como mais de 90% dos nossos pacientes são do SUS, é muito comum que as famílias não tenham condições financeiras de vir ao hospital duas vezes por dia, mas o problema é que elas se sentem obrigadas a vir. Por isso, optamos por apenas uma visita diária”, explica o psicólogo da Santa Casa Rogério dos Santos.

Tanto na Santa Casa quanto no Hospital das Nações, um manual com recomendações é disponibilizado aos familiares dos pacientes internados na UTI. Para o pedreiro Leonel de Oliveira, 32 anos, receber essas orientações é muito importante antes de fazer a visita. “Poder conversar com alguém, entender o que está acontecendo e saber quais cuidados tomar serve para nos preparar para esse momento, que é sempre muito tenso”, conta ele, que estava na Santa Casa esperando para ver a mãe, internada após realizar uma biópsia no estômago.

Celular atrapalha

O uso do celular dentro dos hospitais é um tema controverso. Várias pesquisas já comprovaram que os aparelhos podem ser nocivos aos pacientes. Estudo publicado no Medical Journal Forum, na Austrália, comprovou que alguns aparelhos médicos sofreram interferência de telefones móveis e outros aparelhos emissores de radiofrequência. Pesquisadores da Universidade de Amsterdã, na Holanda, também registraram cerca de 50 incidentes resultantes da interferência dos aparelhos.

Nos Estados Unidos, os telefones devem ser desligados assim que se entra no hospital. Nem mesmo os médicos escapam da proibição. Já no Brasil, em alguns hospitais recomenda-se celulares desligados perto das UTIs, unidades de diagnóstico e centros cirúrgicos, mas o procedimento não é padrão em todas as instituições. Estudo da Universidade Estadual de Campi­nas (Unicamp) revelou que os telefones podem interferir em respiradores e até mesmo na leitura de eletrocardiogramas. O ideal, seg­un­­do a pesquisa desenvolvida pela tecnóloga em saúde Suzy Cristina Cabral, é que os aparelhos permaneçam a pelo menos três metros de distância dos equipamentos.

Também existem estudos comprovando que os telefones celulares, principalmente os dos médicos, podem estar contaminados por bactérias nocivas à saúde, entre elas a Staphylococcus aureus, resistente ao antibiótico meticilina, e que pode causar infecções hospitalares. O estudo, realizado pela Universidade Onodkuz Mayis, da Turquia, analisou os telefones de 200 médicos e enfermeiros e revelou que 95% dos aparelhos estavam contaminados com pelo menos um tipo de bactéria com potencial para causar doenças. Os pesquisadores também descobriram que apenas 10% dos profissionais de saúde participantes limpavam os seus telefones regularmente.

 

 
 
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