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ÚLTIMAS NOTÍCIAS / PUC reduz rejeição em transplante | |
Pesquisadores de universidade e da Santa Casa de Curitiba desenvolvem método que diminui risco em cirurgias de válvulas cardíacas | |
Segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010 | |
Parece ficção científica, mas não é. Graças aos avanços da medicina, a autorregeneração de tecidos danificados por doenças ou simplesmente pelo tempo já é uma realidade. A Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), em conjunto com a Santa Casa de Misericórdia de Curitiba, é pioneira no desenvolvimento de uma técnica de descelularização de tecidos. No caso dos estudos paranaenses, a técnica é usada para os transplantes de válvulas cardíacas. Segundo o cirurgião cardiovascular Francisco Diniz Affonso da Costa, líder da pesquisa e chefe do serviço de cirurgia cardíaca do hospital, as experiências brasileiras com a descelularização de válvulas começaram há 15 anos, com a criação do Banco de Valvas Cardíacas Humanas da Santa Casa, que até hoje é o único do país. Ele conta que, até então, o método usado para a preservação dessas válvulas era a criopreservação, que consiste em em congelá-las em um freezer de esfriamento programado, a 1ºC por minuto, até atingir 196ºC negativos, e mergulhá-las em uma solução de nitrogênio líquido para só então realizar o transplante. “O problema da criopreservação, entretanto, é que o organismo percebe que a válvula, que é um tecido vivo repleto de células viáveis, não faz parte dele”, explica. “Não é que exista uma rejeição aguda à válvula, mas as suas células não são reconhecidas e morrem, o que significa que a válvula terá de ser trocada no futuro.” Descelularização Com a nova técnica de descelularização, a válvula é dissecada por uma solução de enzimas e detergentes. Todas as células são retiradas dela, restando apenas o seu arcabouço. “Esta matriz inerte, por sua vez, não é reconhecida como estranha pelo sistema imunológico, quando transplantada no paciente, por estar vazia”, conta Costa. “As células do organismo do receptor então migram e povoam o novo tecido, transformando-o em uma válvula viva.” Mais recentemente, o grupo de pesquisadores colocou em prática uma evolução da técnica de descelularização, já que o método anterior fazia apenas o repovoamento parcial do tecido. Neste caso, além de todas as células serem retiradas da válvula do doador cadáver, retira-se do paciente um segmento da veia safena da perna, de onde são isoladas células endoteliais. Estas células são expandidas em laboratório até chegar a 6 milhões de unidades e então, semeadas na válvula. Intercâmbio O desafio, segundo Francisco Costa, é desenvolver uma técnica que permita o repovoamento “in vitro” da válvula descelularizada não só com células endoteliais, mas com todos os outros elementos celulares presentes em uma válvula normal. “A técnica não é perfeita”, admite. “Ainda precisamos definir quais são os melhores tipos de célula e a quantidade que deve ser injetada, por exemplo. Para aperfeiçoar os nossos estudos, é fundamental promover a troca de experiências com outras instituições.” A Universidade de Leeds, na Inglaterra, desenvolveu uma tecnologia semelhante à da PUCPR. Mas, de acordo com Costa, o Brasil está à frente. “Há cinco anos estamos conseguindo implantar as válvulas descelularizadas em humanos”, conta. “Os pacientes estão sendo acompanhados e têm mostrado bons resultados.” Mais de cem pacientes já foram operados, entre eles o auxiliar de produção Breno Fernandes Nunes, que fez o transplante de válvula há quatro anos, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “O médico propôs a nova técnica e eu e minha família aceitamos já que, de acordo com o médico, não terei de fazer a substituição da válvula”, explica. “Hoje, levo uma vida normal, não tenho mais problemas.” Em janeiro, a Tissue Regenix – empresa de engenharia de tecidos que nasceu em 2006, a partir do grupo de pesquisa da Universidade de Leeds –, veio a Curitiba conhecer de perto o projeto da instituição paranaense. Segundo Antony Dell, diretor executivo da empresa, o objetivo é juntar forças e investir na pesquisa para que se possa lançar um novo produto para o mercado o mais rápido possível. “Até agora os resultados têm sido impressionantes, excederam as nossas expectativas”, avalia.
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Fonte: Gazeta do Povo |
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